domingo, 6 de junho de 2010

O Julgamento do Acho

Um dia desses, almoçando com um grande amigo – o Sidi – tivemos um diálogo que foi, no mínimo, sui generis, que se deu mais ou menos nos seguintes termos:


    e aí, Sidi, como vão as coisas?

    iriam bem, se não fosse o tal do achismo...

    Achismo?

    É, achismo. "Eu acho isso", "eu acho aquilo".

    Mas qual o problema nisso?

    É que o povo não tem certeza de nada, apesar de falar de tudo!

    Bem, isso é verdade.

    Hoje em dia, é preciso ter muita coragem para dizer "isso é" ou "isso não é", pois a maioria das pessoas se esconde atrás do confortável "acho".


O diálogo foi assim se desenvolvendo e o discurso do Sidi foi se tornando cada vez mais acalourado e indignado. O "acho" estava no banco dos réus e, diante de tão percuciente acusação e do conjunto probatório, seria inevitavelmente condenado.


    tu consegues me entender, meu amigo? O acho é o mal do mundo!

    Bem... da maneira como tu estás colocando, parece fazer sentido...

    claro que faz sentido! É um absurdo. Ninguém tem certeza de nada! É só o tal do acho!


Após o seu efusivo discurso ele arrematou:


    fala a verdade: tu não achas que eu tenho razão?

    – "acho"!


Foi uma das cenas mais engraçadas da minha vida! Não conseguimos parar de rir por um bom tempo!



 

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