Um dia desses, almoçando com um grande amigo – o Sidi – tivemos um diálogo que foi, no mínimo, sui generis, que se deu mais ou menos nos seguintes termos:
– e aí, Sidi, como vão as coisas? – iriam bem, se não fosse o tal do achismo... – Achismo? – É, achismo. "Eu acho isso", "eu acho aquilo". – Mas qual o problema nisso? – É que o povo não tem certeza de nada, apesar de falar de tudo! – Bem, isso é verdade. – Hoje em dia, é preciso ter muita coragem para dizer "isso é" ou "isso não é", pois a maioria das pessoas se esconde atrás do confortável "acho". O diálogo foi assim se desenvolvendo e o discurso do Sidi foi se tornando cada vez mais acalourado e indignado. O "acho" estava no banco dos réus e, diante de tão percuciente acusação e do conjunto probatório, seria inevitavelmente condenado. – tu consegues me entender, meu amigo? O acho é o mal do mundo! – Bem... da maneira como tu estás colocando, parece fazer sentido... – claro que faz sentido! É um absurdo. Ninguém tem certeza de nada! É só o tal do acho! Após o seu efusivo discurso ele arrematou: – fala a verdade: tu não achas que eu tenho razão? – "acho"! Foi uma das cenas mais engraçadas da minha vida! Não conseguimos parar de rir por um bom tempo!
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domingo, 6 de junho de 2010
O Julgamento do Acho
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