sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Intuição Espiritual e Erudição Intelectual

"Porquanto, convém notar, pode existir a mais alta intuição espiritual em um homem cientificamente analfabeto e sem erudição intelectual. Muitas vezes, a erudição intelectual é até um obstáculo à intuição espiritual, não em si mesma, mas porque o homem altamente intelectualizado facilmente se convence de que, além do plano intelectivo, nada mais existe digno de ser atingido, caindo assim vítima de uma deplorável autocomplacência narcisista, que fecha todas as portas a uma evolução ulterior, rumo ao conhecimento intuitivo.

 

Todo conhecimento sensitivo-intelectivo é analítico, sucessivo, parcelado - o conhecimento intuitivo, racional, espiritual, é sintético, simultâneo, total. Aquele é comparável a um andar passo a passo - este se parece antes com um voar a jato." (HUBERTO ROHDEN - O Pensamento Filosófico da Antiguidade – p. 50)



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quinta-feira, 13 de agosto de 2009

A Serpente Enaltecida

"Jesus, a mais deslumbrante encarnação do Cristo Cósmico, compara-se a si mesmo com a 'serpente enaltecida', isto é, com a consciência espiritual, própria do 'filho do Homem', do homem por excelência, do pleni-homem. E se algum homem ferido pela serpente rastejante da consciência individual, egoística, pecadora, se entregar com fé e inteira confiança à consciência espiritual da 'serpente enaltecida', do Emanuel, do Cristo inteiro, esse Cristo acordará na alma humana e dará ordem aos ventos e às águas - e far-se-á grande bonança na vida humana, e logo o homem se verá chegado à praia longínqua que demandava ...



Todos nós, mordidos pela serpente rastejante da consciências personal e pecadora, seremos curados pela consciência universal da serpente sublimada. O Cristo já está em nós, como que 'concebido', mas ainda não 'nascido'; anda como que em gestação, em viagem, rumo a Belém, a gloriosa Belém do nascimento da consciência divina, ou, no dizer do Mestre, o 'renascimento pelo espírito'." (HUBERTO ROHDEN - Em Comunhão com Deus, p. 36)






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quarta-feira, 5 de agosto de 2009

O Fim da Ilusão do Tempo

O "tempo" certamente é um dos mais áridos e fascinantes temas da Filosofia. Sem adentrar nas principais questões que o envolvem, transcrevo abaixo uma pequena passagem do livro o Poder do Agora, de ECKHART TOLLE, que é, no mínimo, interessante:

 

"O segredo está em acabar com a ilusão do tempo. O tempo e a mente são inseparáveis. Tire o tempo da mente e ele pára, a menos que você escolha utilizá-la. Estar identificado com a mente é estar preso ao tempo. É a compulsão para vivermos quase exclusivamente através da memória ou da antecipação. Isso cria uma preocupação infinita com o passado e o futuro, e uma relutância em respeitar o momento presente e permitir que ele aconteça. Temos essa compulsão porque o passado nos dá uma identidade e o futuro contém uma promessa de salvação e de realização. Ambos são ilusões." – p. 51

 



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terça-feira, 4 de agosto de 2009

A Filosofia Estóica

"O estoicismo é, substancialmente, socrático-universalista; mas, diversamente dos cínicos, não pensa que a felicidade do homem consista em não possuir nada, e sim em não ser possuído por coisa alguma, seja de fora, seja de dentro. Pode o homem possuir externamente o que quiser, mas não deve internamente ser apegado a coisa alguma, de maneira que suas posses sejam a causa de sua felicidade, ou a falta dessas posses seja a causa da sua infelicidade. A felicidade não está naquilo que o homem possui, porém no modo como o possui." (O Pensamento Filosófico da Antiguidade – HUBERTO ROHDEN)



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sexta-feira, 31 de julho de 2009

O Sermão da Montanha

"Se se perdessem todos os livros sacros da humanidade, e só se salvasse O Sermão da Montanha, nada estaria perdido". (Mahatma Gandhi).
É com essa lapidar citação de Gandhi que começa o livro O Sermão da Montanha, de HUBERTO ROHDEN. Conheci essa obra graças a carinhosa indicação da minha Madrinha, Josiane Tibursky, que ainda se emociona a cada releitura desse livro. Por isso, essa indicação no Nous Divino é em homenagem à ela com muito carinho.
Apenas uma pequena passagem do livro:
"O homem crístico está liberto de qualquer espírito mercenário; trabalha inteiramente de graça, nem espera resultado algum externo de seus trabalhos. Trabalha por amor à sua grande missão, pois sabe que é embaixador plenipotenciário de Deus aqui na terra e em outros mundos. E é por isso que ele trabalha com o máximo de perfeição e alegria em tudo, tanto nas coisas grandes como nas coisas pequenas. Nunca trabalha para ter o público que o aplauda. Por isso, não o exaltam louvores, nem o deprimem censuras". - p. 35
Editora: Martin Claret

Setas para o Infinito




Setas para o Infinito foi o primeiro livro que li de HUBERTO ROHDEN. Trata-se de uma leitura envolvente e ao mesmo tempo reveladora. Como uma pequena amostra da beleza e da grandiosidade do livro, transcrevo os seguintes trechos:


"Quando Mahatman Gandhi disse que 'a verdade é dura como diamante e delicada como flor de pessegueiro', teve ele a intuição do Universo e do Homem como o uno da Verdade (dureza do diamante) revelado como o diverso da Beleza (delicadeza da flor de pessegueiro)" - p. 22.


(...)


"Pela ciência, escreve Einstein no seu livro 'aus meinen spaeten Jahren', o homem descobre os fatos objetivos da natureza externa - mas pela filosofia realiza o homem valores subjetivos em sua natureza interna; a ciência torna o homem erudito, a filosofia torna o homem bom e feliz". - p. 25.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Sócrates ou o Despertar da Consciência



Socrates ou o Despertar da Consciência, foi o primeiro livro que li de JEAN-JOEL DUHOT. Dentre outros aspectos interessantes abordados no livro, um deles merece destaque: o xamanismo socrático. Com base nele, estou escrevendo um pequeno artigo sobre o tema para postar aqui no Nous Divino. A editora é Edições Loyola.

A Filosofia Contemporânea



A Filosofia Contemporânea, de Huberto Rohden, é um livro muito especial. Gostei principalmente do Capítulo intitulado Rumo ao monismo absoluto, no qual o autor fala um pouco sobre Benedito Spinoza. Após a leitura, fiquei fortemente motivado a conhecer a vida e a obra de Spinoza.

A Fortaleza do Filósofo Estóico

 

EPICTETO (c. 55-136 d. C) Um dos mais importantes filósofos do estoicismo teve seus ensinamentos preservados graças às anotações de seu aluno Flávio Arriano. O principal ponto que chama atenção nos ensinos de Epicteto talvez seja a irrelevância que atribuía às circunstâncias exteriores, o que tornava o filósofo uma fortaleza inexpugnável, sujeito apenas a sua própria vontade, ou seja, as coisas de seu interior. Nada que vem do exterior pode fazer mal ao homem.

 

HUBERTO ROHDEN[1] nos apresenta uma interessante síntese sobre o estoicismo:

 

O estoicismo não nega a existência dos males do mundo, embora admita que eles não consistam em uma realidade positiva, mas na ausência da mesma; sabe contudo que o efeito dos males sobre o homem é terrivelmente real, e não há sugestão que os possa fazer irreais. O estoicismo admite a existência dos males e os olha bem de frente. Nega, todavia, que algum mal possa fazer o homem infeliz. Se a minha felicidade ou infelicidade viesse de fora, de algo alheio à minha vontade, o mundo deixaria de ser um cosmo (sistema de ordem e harmonia), acabando em um caos (confusão e desordem).

 

É impossível que minha felicidade (ou infelicidade) dependa de algo que não dependa de mim.

 

O estoicismo é, essencialmente, uma filosofia de realismo e de racionalidade.

 

Nessa mesma linha de raciocínio, JEAN-JOEL DUHOT[2] traz alguns pensamentos atribuídos a Epicteto, tecendo elucidativos comentários, que serão a seguir transcritos.

 

A Confiança

 

(....)

 

Devemos nos imbuir da idéia de que a única coisa que nos concerne é o nosso psiquismo e o nosso comportamento, nada de exterior pode nos atingir.

 

A confiança estóica não tem, portanto, nada de passivo. O Pórtico postula que nada de mal pode nos acontecer do exterior, todo o problema se deve ao fato de que as circunstâncias, em si mesmas diferentes, nos levam a um mal reacional do qual somos os autores.

 

O que perturba os homens não são as coisas, mas os julgamentos que eles fazem sobre as coisas. Assim, a morte não tem nada de temível, caso contrário ela se teria mostrado assim a Sócrates. Em contrapartida, o que é temível é o julgamento segundo o qual a morte é terrível. Quando pois estamos diante dos obstáculos, das perturbações, das angústias, não acusamos ninguém a não ser nós mesmos, isto é, nossos próprios julgamentos. É próprio de um homem sem formação atribuir aos outros os seus infortúnios, quem começou a se formar atribui a si, e quem terminou sua formação não atribui nem a um outro nem a si mesmo (Manual, V).

 

A atitude ingênua consiste em acusar as circunstâncias; quem empreendeu um trabalho filosófico sobre si mesmo sabe que o mal vem das suas reações, de modo que ele não tem senão a si próprio para acusar; e o filósofo verdadeiro chega a extirpar suas más reações, de tal forma que já não tem mais ninguém a acusar, pois o mal desapareceu.

 

Não digas nunca de nada: "eu o perdi", mas sim "eu o entreguei". Teu filho está morto? Ele foi entregue. Tua mulher está morta? Ela foi entregue.

 

- Tomaram-me minha propriedade?

- Mas quê! Também ela foi entregue.

- Mas foi um bandido quem a tomou de mim.

- E o que te importa por quem aquele que te foi dado te seja requisitado? Enquanto te foi dado, ocupa-te dele como de algo que pertence a um outro, como fazem os viajantes num albergue (Manual, XI).

 

Para nossa cultura, que valoriza a indignação e a revolta e que experimenta particularmente o escândalo e o inaceitável, tal atitude parece proceder da indiferença. Os estóicos não partilham nossa necessidade de emoções, e sabem que é infantilidade recusar o inevitável. Ao contrário, é preciso retirar dele uma lição capital: fora de nós mesmos, nada nos é dado, menos ainda devido. Nós possuímos somente nossa pessoa moral, todo o resto, parentes e bens, apenas nos é emprestado e deve-se evitar crer que se é proprietário. Somos apenas viajantes de passagem pelo hotel. Ou, se preferirmos, marinheiros em uma escala.

 

A vida é como uma navegação. Quando o barco está atracado, e vais em busca de água, no teu caminho poderás também recolher uma conchinha ou uma cebola, mas é preciso guardar o espírito direcionado para o barco e mirá-lo constantemente para ver se por acaso o piloto não te chama, e se te chama, deixar tudo isso, para não ser arrastado a bordo como um animal. Assim, na vida, se no lugar da conchinha ou da cebola está uma mulher e um filho que te foram dados, nada te impeça. Mas, ao apelo do piloto, corre para o barco, deixando tudo para trás, sem retomar. E se és velho não te distancies muito do barco para não correres o risco de faltar à chamada (Manual, VII).

 

O marujo encarregado de buscar água pode aproveitar o '" trajeto para um passeio, na medida em que isso não prejudique seu trabalho, mas deve estar sempre pronto para obedecer ao sinal. Para os comentadores antigos, o navio que carrega as almas representa o destino: o marinheiro não tem escolha: se não entra a bordo de livre e espontânea vontade, é trazido à força. O capitão, evidentemente, é Deus, cujo chamado é preciso estar sempre pronto a seguir. A escala é nossa vida: estamos aqui apenas de passagem e para cumprir uma função, as pequenas felicidades não nos são proibidas sob a condição de que não nos desviem de nossa missão, de que sejam conformes à ordem do mundo e que não nos apeguemos a elas.

 

Se isso é verdade, que não esmoreçamos e que não nos contentemos com recitar quando dizemos que o bem e também o mal residem para o homem na faculdade de escolher e que todo o resto não é nada para nós, por que então nos perturbar, por que ainda ter medo? Ninguém tem poder sobre o que é importante para nós; e aquilo sobre o que os outros têm poder não nos concerne. O que ainda nos confunde?

- Mas dize-me o que devo fazer.

- O que tenho eu a te dizer? Zeus já não te disse? Não te deu ele o que te pertence, livre de qualquer entrave, enquanto o que não te pertence está submetido aos impedimentos e aos entraves? O que te ordenou ele a fazer quando viste aqui embaixo, quais eram as ordens? Conserva, com todos os meios, o que é teu, não te preocupes com o que é estranho. A fidelidade é tua, a reserva também é tua. Quem então pode arrancá-Ias de ti? Quem além de ti pode impedir-te de usá-Ias? Como? Cada vez que procuras o que não te pertence, perdes o que é teu. Com tais princípios e tais ordens dadas por Zeus, quais princípios e ordens queres ainda que eu te dê? Serei melhor do que Ele, mais digno de confiança? E se respeitas estas ordens tens necessidade de receber outras? Não te deu Ele essas ordens? Traze as prenoções, traze as demonstrações dos filósofos, traze o que freqüentemente escutaste em cursos, traze o que tu mesmo disseste, traze o que leste, traze o que meditaste (Diatribes, I, 25, 1-6).

 

O discípulo gostaria que Epicteto o dirigisse, dizendo-lhe exatamente o que deve fazer. Epicteto recusa, a tentação de exercer o poder sobre os espíritos não o toca, o único mestre é Deus. Coerente consigo próprio, o Pórtico, escola de liberdade interior, não reduziria quem quer que fosse à obediência.

 



[1] ROHDEN, Huberto. O Pensamento Filosófico da Antiguidade. Matin Claret, p. 74.

[2] DUHOT, Jean-Joel. Epicteto e a Sabedoria Estóica. Edições Loyola, p. 105-108.



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Mulheres na Academia de Platão


Uma curiosidade interessante sobre o mundo grego diz respeito à Academia de Platão, fundada aproximadamente em 387 a.C, e que aceitava mulheres, sendo que duas delas – Axiotéia e Lastenéia – foram alunas diretas de Platão e de Espeusipo (sucessor de Platão na Academia). Pierre Hadot[1] refere que Axiotéia utilizava sem vergonha a túnica simples dos filósofos. Em breve pesquisa na Internet, encontrei algumas divergências sobre o tema, mas nada de significativo. Alguns autores afirmam que todas as mulheres que participavam da Academia de Platão utilizavam as túnicas simples dos filósofos da época.




[1] O Que é a Filosofia Antiga?. Edições Loyola.





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